MC Cabelinho visita o submundo do trap em novo clipe

 “Bala e Fogo”, em parceria com Teto, fará parte do próximo álbum do carioca e foi anunciada pelo cantor no Rock in Rio

Reprodução

MC Cabelinho lançou na última segunda-feira (23), às 21h, “Bala e Fogo”, em parceria com Teto. O cantor anunciou a faixa e o nome de seu próximo álbum, “Não Sou Santo, Mas Não Sou Bandido”, em seu show no Palco Sunset do Rock in Rio, no último dia 13. A música vem acompanhada de um clipe super elaborado, com temática de terror, que chega ao YouTube do artista ao mesmo tempo.


Parceiro de produção de Cabelinho em diversos projetos, João Pedro Palma inova no som do novo projeto, trazendo um instrumental que não é convencional do trap. Fã de rock, o produtor musical trouxe alguns elementos do gênero para a faixa. “Quando eu comecei a fazer o beat, eu usei uma bateria acústica, que já deu uma puxada para o rock, para uma parada meio alternativa, digamos assim. Depois que a gente fez a música, eu percebi que o refrão era bem explosivo, tinha uma energia forte, e achei que acrescentar uma guitarra distorcida somaria com essa atmosfera que a gente criou”, conta Palma. Fugindo do tradicional beat do trap, o profissional reflete também sobre a abrangência que o ritmo apresenta. “Vários artistas pegam influências de indie, de rock, como o A$AP Rocky, por exemplo. Eu acho que hoje em dia as coisas estão mais flexíveis”.


O clipe de “Bala e Fogo” conta com a direção de Rafael Carmo, responsável também pelo vídeo de “Carta Aberta”, obra indicada ao Grammy Latino 2024 na categoria Melhor Interpretação Urbana em Língua Portuguesa. Carmo revela que, ao ouvir a música, percebeu o universo macabro que ela referencia e quis trazer esse aspecto para o conceito do clipe. Dessa forma, ele encontrou na mitologia grega uma forma de trazer para o visual o feeling que teve com a faixa, que parece que nos leva além do mundo real e mostra o que seria o submundo trapper do Cabelinho e do Teto. “A música tem muito acorde de guitarra, além de uma letra que vai para um universo meio macabro, então o roteiro surge quando eu a vejo como um submundo. E aí eu pensei: ‘Tenho que ter uma porta de entrada para esse submundo’”, revela. Foi quando Carmo introduziu a história de Hades, deus do submundo e responsável por levar as almas para seu destino final, e é Cabelinho quem interpreta o papel do barqueiro. 


A ambientação foi feita em uma casa do século XIX em São Paulo que foi transformada no reino sombrio onde o carioca guia a história. Dividida em cinco atos, o diretor construiu a história do vídeo através de metáforas, como quando Teto enterra um hater ou quanto os artistas aparecem como marionetes que saem de televisões, fazendo críticas a manipulações da mídia. Em outro momento, Cabelinho aparece em coma, tendo seu sangue sugado e alimentando likes, comentários e compartilhamentos nas redes sociais. Os cantores aparecem caracterizados como criaturas sinistras, com chifres, lentes de contato coloridas e aparência monstruosa. 


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